Oito anos de ensino fundamental. Três anos de ensino médio. Cinco anos na graduação. Dois anos no mestrado. Dois anos no doutorado.

Somados, são vinte anos com a mesma rotina: acordar cedo, ir para a escola/faculdade, aulas, professores, provas, trabalhos, seminários, madrugadas varadas em estudos (sempre “de véspera”).

E aí, quando menos espero, acabaram-se as disciplinas.

Estaria mentindo se dissesse que sinto falta das aulas, provas e seminários. Não estou.

Mas confesso que nunca imaginei que sentiria tanta falta de horários fixos.

Essa história de ficar por conta própria demanda grandes esforços em disciplina, organização e autocontrole.

Caso contrário, a semana acaba e quase tudo que deveria ser feito ainda está apenas na consciência pesada.

A impressão que fica é que enquanto havia disciplinas, trabalhos e seminários, havia também mais tempo para fazer o que era preciso, ao contrário de agora, com menos compromissos e mais tempo livre.

Os vilões do tempo perdido são muitos: os problemas pessoais, que de repente parecem mais importantes do que antes, só porque você tem mais tempo para resolvê-los; aquele sono que bate no meio na tarde e aquele hobby que parece não querer mais ficar limitado ao final de semana.

Entretanto, nenhum deles se compara à navegação aleatória na internet.

Caso não se policie, é possível passar uma manhã inteira com e-mails, orkut, twitter, portais de notícias, dentre outros.

Um site leva a outro, uma notícia puxa outra, acaba-se a manhã e não houve produção alguma. Aí bate aquele sentimento de culpa e arrependimento.

Logo no primeiro mês após o término das disciplinas percebi que precisaria de regras e metas pessoais. Como solução, comprei uma agenda.

No domingo tento estipular metas para cada dia da semana que está por vir.

Acredite, o simples fato de estar escrito parece que tem o efeito psicológico de aumentar seu comprometimento.

Também tive que criar uma rotina de trabalho, simulando um horário fixo.

Decidi que em um dia teria oito horas de trabalho, oito de lazer e oito de sono, de segunda a sábado. Isso dá 48 horas de trabalho na semana.

Confesso que as horas de lazer ainda invadem um pouco as de sono. Mas as oito horas de trabalho tenho conseguido cumprir religiosamente.

Por falar nisso, enquanto escrevo este post, vejo meu hobby invadir minhas horas de sono.

Melhor parar por aqui. Até o próximo!